Os hormônios desempenham papel fundamental no nosso corpo. Afinal, eles são responsáveis pelo equilíbrio do nosso organismo, de forma que haja o pleno funcionamento de todos os órgãos.

Porém, quando há uma mínima alteração hormonal, as variações levam a consequências muito perceptíveis, especialmente às mulheres. Essas alterações podem desencadear, entre outros problemas, a infertilidade.

Para saber quais são os hormônios principais do corpo feminino, como eles funcionam, o que gera as alterações hormonais e a sua relação com a infertilidade feminina, preparamos este texto para esclarecer uma das principais questões que envolve o aparelho reprodutor da mulher.

Desejamos uma boa leitura!

Os hormônios femininos

Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas do sistema endócrino. Sua função é regular o funcionamento do nosso corpo por meio de efeitos de indução ou de inibição em nossos órgãos.

Entre os diversos hormônios do nosso corpo, os do aparelho reprodutor são responsáveis por regular o ciclo reprodutivo e por determinar as diferenças biológicas entre o homem e a mulher, cujo impacto interfere, também, na fertilidade.

Os principais hormônios sexuais femininos são o estrógeno e a progesterona, produzidos, sobretudo, pelos ovários. Enquanto o estrógeno participa da ovulação, concepção e gestação, a progesterona prepara o organismo para essas duas últimas etapas, e ajuda a regular o ciclo menstrual.

Outros hormônios se fazem presentes no organismo feminino. Assim como no masculino também, mas vamos salientar suas funções apenas no corpo da mulher.

Hormônio Folículo Estimulante (FSH)

Para as mulheres, este hormônio, que estimula a secreção de estrogênio, é responsável por desenvolver e a maturar os folículos do ovário na idade fértil. Desta forma, o FSH ajuda a controlar o ciclo menstrual.

Hormônio Luteinizante (LH)

Este hormônio está relacionado à fertilidade, tanto a masculina quanto a feminina. Nas mulheres, o LH é responsável por produzir progesterona, pela ovulação e pelo amadurecimento dos folículos ovarianos.

Estradiol

O estradiol é o tipo principal de estrógeno, e é mais produzido nas mulheres do que nos homens. Seu estudo verifica o funcionamento dos ovários. As suas concentrações no corpo feminino variam de acordo com o ciclo menstrual, tendo um aumento muito grande de sua produção durante a gravidez.

Antimülleriano (HAM)

No corpo da mulher, o hormônio antimulleriano é produzido pelos folículos, unidades que contam com a presença de óvulos em seu interior.

Durante o ciclo menstrual, há o processo de ovulação: estes folículos se desenvolvem, crescem e rompem, liberando, assim, o óvulo que estava ali contido.

Assim, os folículos produzem o HAM para controlar quantos deles estão disponíveis a cada ovulação.

A concentração deste hormônio é um indicador fundamental para os tratamentos de fertilidade. A realização do seu teste pretende indicar a quantidade de óvulos existentes no corpo da mulher.

Alterações hormonais

Para os hormônios manterem sua função reguladora, é necessário que sua quantidade esteja equilibrada.Seu desequilíbrio acarreta em alterações hormonais, que prejudicam o funcionamento do organismo.

Nas mulheres, a disfunção hormonal é ainda mais sentida. Seus hormônios sexuais são responsáveis pela regularidade dos ciclos menstruais.

Com as alterações dos níveis de estrógeno e progesterona, seu corpo pode ser afetado por fatores como inchaço, ganho de peso e dores abdominais, além de interferirem em aspectos como sonolência e irritabilidade.

Além disso, algumas doenças estão diretamente ligadas com os distúrbios hormonais. São as chamadas doenças endócrinas, tais como:

Hipotireoidismo e hipertireoidismo

São duas das doenças que ocorrem pela alteração dos hormônios produzidos na tireóide. Esses hormônios controlam o metabolismo e o crescimento do corpo.

Quando eles estão em falta, há o hipotireoidismo, em que há a redução do metabolismo. Esta redução acarreta em sintomas como cansaço, aumento de peso e ressecamento da pele.

Já quando esses hormônios estão presentes em excesso, ocorre o hipertireoidismo, deixando a pessoa mais acelerada, com suor excessivo e aceleração da frequência cardíaca.

Síndrome dos ovários policísticos

Esta síndrome é comum em mulheres com idade reprodutiva, e é causada por um desequilíbrio hormonal que interfere na ovulação, por meio da formação de polimicrocistos – uma grande quantidade de pequenos cistos presentes nos ovários.

Alguns de seus sinais e sintomas são ganho de peso, crescimento exagerado de pelos, acne e dificuldade para engravidar. Além disso, os ciclos da menstruação podem se apresentar irregulares.

Amenorreia secundária

É a ausência de menstruação por pelo menos três ciclos menstruais consecutivos, ou por seis meses seguidos.

Chama-se “amenorreia secundária” pois ela ocorre em mulheres que já menstruavam com regularidade. Há um outro tipo de amenorreia, a primária, que pode ocorrer entre os 13 e 16 anos, sem a primeira menstruação.

Dentre as causas possíveis para a amenorreia secundária, estão a ausência de ovulação associada à síndrome dos ovários policísticos, e às alterações hormonais.

Relação entre alterações hormonais e infertilidade feminina

Como possuem interferência direta na vida da mulher, as alterações hormonais são responsáveis por muitos casos de infertilidade. Dependendo da quantidade de hormônios sexuais presentes no corpo feminino, e havendo desequilíbrio, é possível identificar a infertilidade.

Uma condição muito comum de disfunção hormonal que acarreta na fertilidade é a alteração da ovulação. Fatores como estresse, sedentarismo e atividades físicas de alto impacto podem levar a essas modificações.

Atrelada às alterações da ovulação, entra o fator “idade”. A partir dos 35 anos, a quantidade de óvulos tende a diminuir. Um exame capaz de avaliar o potencial de reprodução da mulher, apesar dessa queda expressiva, é a reserva ovariana.

Este estudo é feito por meio de exames, como os de sangue que medem os níveis de FSH e de HAM, e uma ultrassonografia transvaginal. Os resultados indicados nos exames vão responder se a reserva de óvulos da mulher é alta – com chances maiores de gravidez – ou baixa – atrelada à infertilidade.

Considerações finais

Como os hormônios são responsáveis pela regulação do nosso organismo, qualquer desequilíbrio em suas taxas indica uma alteração hormonal, que pode desencadear problemas e doenças que afetam, entre outros fatores, a infertilidade feminina.

Por isso, é importante fazer avaliações periódicas para checar os níveis endócrinos, sobretudo os referentes à função reprodutora. Um bom funcionamento do organismo resulta, também, em chances maiores e saudáveis de engravidar.

O nosso compromisso maior é gerar possibilidades para a vida.

Fonte: Nilo Frantz Medicina Reprodutiva

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