Sofrer aborto espontâneo é sempre um medo de todas as mulheres que engravidam, afinal, é a interrupção de um grande sonho. Mas é importante saber que o aborto é algo mais comum do que se pensa e não significa que a mulher não consiguirá ter filhos.

Nesse sentido, no texto a seguir você vai entender o que é o aborto espontãneo, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos. Você vai saber também como a reprodução humana pode ajudar as pessoas que têm abortos espontâneos recorrentes. Boa leitura!

O que é o Aborto Espontâneo?

O aborto espontâneo é definido como a interrupção involuntária de uma gravidez que acontece até a 20ª semana, ou seja, até o 5º mes de gestação. Também é considerado aborto espontâneo o términio não induzido da gestação quando o feto pesa cerca de 500 gramas sendo dificil saber a idade gestacional.

O aborto espontâneo é uma situação muito dificil de lidar, entretanto, é bem mais comum do que se imagina, ocorrendo em cerca de 20% das mulheres grávidas. Porém, esse percentual pode ser até maior.

Isto pois como a maioria dos casos acontece até a 12ª semana, bem no início da gestação, muitas mulheres que abortam ainda nem sabiam que estavam grávidas.

Veja as classificações do aborto espontâneo :

- Precoce: quando a gravidez é interrompida até a 12ª semana, representando a maioria dos casos.

- Tardio: quando acontece entre a 12ª e a 20ª semana de gestação.

O que Causa Aborto Espontâneo?

Quando se fala aborto espontâneo é importante saber que ele pode ter causas tanto materna quanto fetal. Entretanto, nem sempre é possível detectar o que causou o término da gravidez.

Veja algumas causas do aborto espontâneo:

Causas Fetais

- Alterações cromossômicas : as trissomias e monossomias são causas frequentes de abortos, representando de 50% a 70% dos casos.

- Defeitos congênitos

Causas Maternas

- Malformações do útero;

- Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) como a sífilis;

- Doença viral contagiosa como a rubéola;

- Infecções causadas por parasita como toxoplasmose;

- Doenças autoimunes como Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF).

Quais são os fatores de risco do aborto espontâneo ?

Além das causas conhecidas que podem levar ao aborto espontâneo, existem também algumas situaçoes que elevam o risco da gravidez ser interrompida involuntariarmente.

- Vejas alguns riscos do aborto espontâneo

- Idade materna acima de 35 anos;

- Abortos espontâneos em gestações anteriores;

- Diabetes gestacional;

- Hipertensão;

- Trombofilias;

- Disfunções da tireoide como hipotireoidismo ou hipertireoidismo;

- Tabagismo;

- Fatores masculinos como alta taxa de fragmentação do DNA espermático;

- Ingestão de álcool ou drogas;

- Alterações nos órgãos reprodutores como insuficiência istmocervical, pólipos uterinos, miomas submucosos e sinéquia;

- Distúrbios como Lúpus e doença renal crônica durante a gestação;

- Doença hemolítica ou seja, incompatibilidade de Rh da mãe e do bebê;

- Gestante abaixo ou acima do peso recomendado.

Atenção aos Sinais de Aborto Espontâneo

Um dos sintomas de aborto espontâneo mais conhecido é o sangramento vaginal que geralmente aparece associado a dor abdominal como uma cólica. Entretanto, alguns sangramentos leves que ocorrem no inicio da gestação são resultados da implantação do embrião no útero (nidação) e não indícios de aborto.

Importante ressaltar que alguns casos de aborto a paciente não tem sintomas nenhum e descobre quando realizam ecografia (aborto retido).

Cada corpo é único, e assim, pode apresentar sintomas e intensidades diferentes. Além disso, é importantes explicar que as manifestações variam de acordo com a fase da gestação na qual ocorre o aborto.

Veja alguns sintomas do aborto espontâneo :

Sangramento vaginal

Perder sangue pela vagina durante os primeiros meses de gestação é o principal sinal de alerta. O sangramento pode acontecer devido à descamação da parede do útero onde o embrião estava implantado. Caso isso aconteça, o acompanhamento médico é essencial.

Cólicas/ Dores Abdominal e Pélvicas

Normalmente, o aborto causa fortes dores no abdomem e no ventre. Estes sintomas são reflexos da contração do útero que está tentando eliminar o feto e a placenta. Além disso, algumas mulheres relatam também sentir dores nas costas.

Término dos sintomas de gravidez

Quando a mulher sofre um aborto espontâneo, além do sangramento e das cólicas ela deixa de sentir náusea, sensibilidade das mamas e outros sintomas comuns na gravidez.

Menstruação atrasada

Quando o aborto ocorre bem no início da gravidez e a mulher ainda nem sabia que estava grávida, ela pode confundir o sangramento do aborto com uma menstruação atrasada.

Diagnóstico de Aborto Espontâneo: O que Você Precisa Saber

Quando a gestante percebe algum sintoma que pode indicar um aborto espontâneo, ela deve imediatamete procurar seu médico para fazer uma avaliação. Desta forma, se estiver nas primeiras 20 semanas de gravidez e ocorrer sangramento e cólicas, há chance de que esteja perdendo o bebê.

Nesse caso, o primeiro passo é a realização do exame pélvico para avaliar a situação do colo do útero. Dependendo do nível de abertura do colo uterino, é considerado que o aborto está em curso.

Além disso, quando há suspeita de aborto espontâneo, é solicitado exame de sangue para medir os níveis da gonadotrofina coriônica humana (hCG), hormônio produzido pela placenta no início da gravidez.

Porém, um dos exames mais importante para o diagnóstico de aborto espontâneo é a ultrassonografia. Com esse exame de imagem é possível confirmar se existe ou não batimento cardíaco fetal, ou seja, se ele ainda está vivo, e se existe alguma área de hematoma retro-placentário

Além disso, o ultrassom também mostra se feto e a placenta foram expulsos por completo, ou se há necessidade de fazer esvaziamento uterino.

Passos a Seguir: Tratamento para Aborto Espontâneo

Quando o aborto espontâneo é detectado, o especilaista avalia a situação para definir se há necessidade de realizar algum procedimento. Desta forma, se o feto e a placenta tiverem sido completamente expelidos, não será preciso fazer nenhum tratamento.

No entanto, em alguns casos, quando o feto e a placenta ou parte de seus tecidos permanecem no útero, será preciso fazer uma curetagem ou AMIU . Este procedimento cirúrgico é similar à uma raspagem ou aspiração, e retira qualquer resquícios da gestação para evitar complicações como sepse.

Lembramos que podemos aguardar um período para eliminação espontânea

Porém, quando o aborto espontâneo ocorre em etapa mais avançada da gestação, apartir a 23ª semana por exemplo, talvez seja necessário induzir o trabalho de parto com medicações para que o útero expulse o feto.

Além disso, faz parte dos procedimentos pós aborto espontâneo administrar imunoglobulina Rho(D) nas mulheres que possuem sangue Rh negativo para prevenir a eritroblastose fetal.

Como previnir um aborto espontâneo

Como vimos, não há formas de previnir um aborto espontâneo, entretanto, algumas atitudes podem minimizar as chances de acontecer. Nesse sentido, agir nos fatores de risco que são controláveis pode diminuir a probabilidade do aborto ocorrer.

Além disso, é importante que a mulher grávida faça um bom acompanhamento com pré-natal e check ups regulares com seu médico.

Veja os cuidados que podem minimizar as chances de aborto :

- Idade materna: quanto mais avançada é a idade da gestante, maiores são as chances de aborto espontâneo;

- Tabagismo, consumo de álcool e drogas: Não fumar, e evitar o consumo de drogas ou bebidas alcoólicas pode diminuir o risco de abortamento;

- Cafeína: tomar café em excesso ( mais de 4 expressos ao dia) também é um fator de risco para aborto espontâneo. O ideal é limitar bastante o consumo.

- Peso: estar muito acima ou muito abaixo do peso ideal é outro fator que impacta diretamente nas chances de aborto. Assim, procure se manter no peso ideal e ter boa saúde.

- Medicações: muitas delas devem ser evitadas pelas mulheres grávidas, pois interferem na gestação, entre eles, os anti-inflamatórios não hormonais .

Apoio Emocional: Como Lidar com a Dor da Perda?

O aborto espontaneo é algo que causa muita tristeza, frustação, raiva e medo. Porque aconteceu comigo ? Será que vou abortar novamente na próxima gravidez? Essas e outras perguntas perturbam a cabeça da mulher e de toda a família.

Assim, para lidar com todos esses sentimentos e preocupações, é indicado procurar especialistas que possam ajudar a superar o luto.

Em primeiro lugar deve-se falar com o especialista em reprodução assistida para entender o que aconteceu e se preparar para a próxima gravidez. Da mesma forma, é muito importante que a mulher receba apoio emocional seja de psicólogo ou de um grupo de pessoas que já passaram pela mesma experiência.

Além disso, o acolhimento da família, dos amigos e do parceiro é fundamental para superar momentos difíceis da vida como esse.

Menstruação e Aborto Espontâneo: Como Notar as Diferenças?

As mulheres que ainda não têm confirmação da gravidez e sofrem sangramento, especialmente até a 4ªsemana após a data provável da menstruação, podem ficar em dúvida se é menstruação atrasada ou um aborto espontâneo.

Nesse sentido, é importante consultar o médico para que ele avalie o quadro e solicite os exames necessários como dosagem de beta-hCG e ultrassom transvaginal. O objetivo é desecobrir se o caso é de gravidez ectópica, aborto ou menstruação atrasada mesmo.

Veja as diferenças entre o sangramento de aborto espontâneo e de menstruação:

Cor

A cor do sangramento é a praticamente a mesma no caso do abortamento e da menstruação atrasada, ou seja, ligeiramente marrom, que passa para rosa ou vermelho vivo.

Quantidade

Geralmente a quantidade de sangue perdido no caso do aborto espontâneo é bem maior do que o sangramento normal de uma menstruação.

Coágulos

Enquanto na menstruação é comum a presença de pequenos coágulos, no aborto eles são bem maiores. Além disso, em muitos casos pode ser possível identificar o saco amniótico.

Febre

Febre não é um sintoma comum no aborto, mas pode acontecer caso o aborto esteja infectado.

Dores e Cólicas

As dores e cólicas estão presentes nos dois casos, porém, na menstruação são toleráveis, localizadas no abdômen e nas costas e costumam melhorar com uso de medicação.

Já no aborto espontâneo, as dores são mais intensas, surgindo de repente e normalmente seguido de sangramento.

Aborto espontâneo e reprodução assistida: qual a relação?

Como vimos, o aborto espontaneo é algo bem comum, acometendo cerca 20% das mulheres gravidas. Entretanto, quando este quadro se repete duas ou mais vezes de forma consecutiva é chamado de aborto de repetição e deve ser investigado.

Nesse sentido, é importante saber o que está causando os abortamentos para que uma futura gestação tenha mais chances de evoluir bem até o final. Para isso, é muito importante contar com uma especialista em fertilidade para fechar o diagnóstico correto sobre os problemas que estão levando aos abortos espontâneos.

Da mesma forma, a equipe da clínica de reprodução humana como a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva vai determinar os tratamentos necessários para aumentar as chances de uma gravidez de sucesso.

Quais alguns tratamentos para o aborto de repetição?

Existem diversas causas para o aborto espontâneo de repetição, e a medicina reprodutiva conta com tratamentos eficazes para quase todas elas. Dependendo do quadro, a origem do problema pode ser tratada e a gravidez acontece e evolui naturalmente. Entretanto, às vezes é necessário recorrer a alguma técnica de reprodução assistida para garantir uma gravidez saudável.

Nesse sentido, umas das possibilidades é a Fertilização in vitro com biópsia embrionária, e Teste Genético Pré-Implantacional (PGT) que diagnostica alterações cromossômicas do embrião.

Desta forma, só os embriões saudáveis serão transferidos ao útero, diminuindo as chances de aborto de repetição

Existem testes que se utilizam para avaliar o melhor período para transferência do embrião ao útero, mas estes testes seguem em estudos, não sendo consenso .

Existem exames que avaliam os anti-anticorpos da paciente. Quando presentes e aumentados estão relacionados a abortos e deficiência placentária (Anticoagulante lupino, anti-beta2 glicoproteína e anticorpos anticardiolipina).

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